Quem diz é que é!
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Todos os que já foram criança (ou seja... todos) se lembram de, a dada altura, tornar-se familiar com o ditado "quem diz é que é". Lembram-se provavelmente de gostar muito dele, ele dava jeito, e quase toda a gente chegou a usá-lo intensivamente. Mais cedo ou mais tarde, algum adulto terá dito "não digas isso, que é feio!". Por um lado tinham razão; é feio. Dizer "quem diz é que é" é o mesmo que insultar a pessoa, chamá-la do que ela nos chamou, mas se quem diz é que é então nós também somos porque acabámos de insultar o outro tanto quanto ele nos insultou a nós, e se ele disser que quem diz é que é, lá o são eles outra vez, e assim sucessivamente. Enfim, um ciclo vicioso infinito de insultos, o que não é nada bom nem construtivo, é inclusive muito mau e destrutivo.
Mas começo a chegar à conclusão que os adultos não queriam que disséssemos que "quem diz é que é" porque, na fundo, quem diz é que é.
Um exemplo de sabedoria infantil que é temida pelos adultos por ser um perfeito retrato psicológico do fenómeno das nossas próprias frustrações e da projecção dos nossos próprios problemas no outro, como manobra de diversão para a sociedade: "olhem para ele, que é tão mau, pior do que eu, até! (enquanto isso, pelo menos não olham para mim)".
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