Que a criança acredite que tem algum problema mental ou atraso no desenvolvimento é pior e muito mais debilitante do que se ela tiver, de facto, algum problema mental ou atraso no desenvolvimento.
Não deixem que a criança sinta que ser diferente é ser anormal, ou que ser pior que os outros em alguma coisa significa ser atrasado. Porque essa não é a verdade.
Nem somos todos produtos de fábrica nem somos todos "divas especiais". Somos como flocos de neve: somos todos da mesma matéria, sensivelmente da mesma origem, e com objectivamente o mesmo destino. Mas somos todos únicos.
Ensinem isto à criança: ela é especial, e, ao mesmo tempo, igual a todos os outros, porque somos todos especiais. Ninguém merece tratamento melhor que ninguém porque todos merecemos o melhor tratamento possível. Ninguém precisa de mais atenção que o outro; alguns precisam de mais ajuda, mas todos necessitam a mesma atenção, carinho, e dedicação.
Ensinem isto à criança: ela nunca será capaz de exactamente a mesma coisa que mais ninguém, porque será capaz de algumas outras coisas como mais ninguém. Ensinem-lhe que as suas capacidades serão diferentes das dos outros, e que, por vezes, ela não conseguirá mostrar isso a quem estiver a ver. Por vezes, ela será avaliada em coisas nas quais não se sai tão bem quanto o outro, ou em coisas nas quais se sai melhor do que qualquer um.
E ensinem-lhe isto: que isso aconteça não significa que nem ela nem o outro tenha algum problema. Não é motivo para se abater nem para se insuflar. Ensinem-lhe que problemas todos temos, e que também é dada a cada um a capacidade de resolver os seus.
Certifiquem-se de que a criança sabe que as diferenças, facilidades, e dificuldades, não são motivos nem para a indiferenciação nem para a sobrevalorização da diferença. Mostrem-lhe que tudo é motivo para aprender, ensinar, crescer, e aproveitar, e que essa é uma das melhores partes de se ser Humano.
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