Máscaras de Cartão
Existe algo que é socialmente conhecido como "máscara".
Não, não me refiro àquelas coisas que caracterizam o teatro, que se coloca literalmente em frente à cara.
O objectivo dessas é o mesmo, mas a diferença mais evidente entre as duas é que as máscaras às quais me refiro não são palpáveis.
E refiro-me às que usamos quando fingimos alguma coisa, como fingir:
_Não sentir algo que sentimos.
_Sentir algo que não sentimos.
_Ter uma opinião diferente da que temos.
_Ter uma personalidade diferente da que temos.
Penso que já todos percebemos qual é o tipo de máscaras.
E são máscaras que, regra geral, representam algo belo, agradável à vista. Que causam boa impressão.
Bom; há algo que eu tenho a dizer sobre elas...
São máscaras de cartão.
Sim, são.
Querem que especifique?
Máscaras de cartão - quando chove, desfazem-se.
Acho que agora já está mais perceptível.
Fiz uma relação.
Se repararem, as pessoas que usam "máscaras", usam-nas por causa de algum problema. Mas, no final de tudo, acabam sempre com um problema ainda maior. Quando as "máscaras" são descobertas, é logo gerada alguma confusão, que inclui muitos sentimentos, revolta, e vontade de fazer justiça. Normalmente, a primeira opção não é buscar sabiamente a Deus, e tentar fazer a sua vontade. Regra geral, tentamos resolver o problema sozinhos, com a "nossa" (fraca) capacidade de raciocínio.
Podem tentar negar, mas a realidade é que o pessoal não aceita bem a situação quando descobre que alguém mentiu. Sim, porque usar uma máscara é mentir. Podemos dizer que é "esconder a verdade", mas o objectivo principal é a mentira, porque colocamos à nossa frente algo diferente mas substancial (uma máscara é isso mesmo), não algo vazio, que apenas tapa.
Mas, antes do resto das pessoas perceberem que a máscara existia, é necessário que se mostre aquilo que está por baixo.
Quando a pessoa retira a máscara por livre vontade, aí a pessoa já imagina qual será a reacção dos outros; será má, mas o perdão surgirá, visto que o (antes) mascarado arrependeu-se.
Mas, quando alguma situação arranca ou desfaz a máscara, tudo se torna mais difícil. É como chuva a cair em cartão. O cartão fica desfeito. Quando a máscara é desfeita, a reacção do público é mais espontânea e instintiva, porque ele havia ficado ali, na expectativa de não haver mesmo uma máscara. E, quando há, há um desapontamento e uma grande chatice geral. Normalmente nasce a vontade de vingança, o que é catastrófico.
Por razões óbvias, não devemos utilizar máscaras. Se queremos parecer melhores, porque não transformar-nos, com a ajuda de Deus, em pessoas melhores? As máscaras são descartáveis! Mas o nosso ser é firme, concreto. Não é uma fantasia. Se nos tornamos em algo, é possível mudar/manter o nosso EU. Tudo depende de nós e de Deus. E a oração tem um grande impacto.
Máscaras são descartáveis. Podíamos retratar as máscaras como sendo feitas de vidro, porque, após quebradas, os cacos ferem a nossa face, mas, gente; o cartão é tão mais fácil de destruir, tal como as máscaras! E as feridas causadas pelo vidro deixam cicatriz que não desaparece; o cartão deixa sujidade possível de limpar. Deus limpa a nossa sujidade, torna-nos puros. Basta ter arrependimento e consciência do erro cometido.
Não há qualquer uso de máscara que não seja perdoado por Deus; basta, de novo, arrependimento e consciência do erro cometido. Mas, mesmo assim, nunca devemos usar máscaras. Devemos mostrar quem somos, e, se necessário, mudar o nosso EU para um EU melhor [vejam "(NÃO) Fingir" em Junho de 2010]. Devemos sempre pedir a ajuda de Deus para qualquer situação, de modo a que ele acompanhe o nosso dia-a-dia. Quando damos o nosso melhor, estamos com Deus e a par dEle, e o mundo continua a não gostar, aí o mundo é que está errado. Lá está; pedimos a Deus paciência, obediência e sabedoria. Será, então, feita a vontade de Deus nas nossas vidas.
"E eu vos digo a vós: pedi, e dar-se-vos-á: buscai, e achareis: batei, e abrir-se-vos-á; porque, qualquer que pede recebe; e quem busca, acha; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á." (Lucas 11:9:10)
I Pedro 2:1,2:
1 - "DEIXANDO, pois, toda a malícia, e todo o engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações,"
2 - "Desejai afectuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo"
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