Navego neste barco
A proa rasga as ondas com um corte fino e preciso
Um toque dócil do betão tosco na água cristalina
Como uma mão numa cara ou uma palavra na alma
Tão bonito como a arte do navegar,
Por sê-lo.
Sinto a brisa na face
Sinto o abraço do mAR
Das ondas que me amam
Do balançar que me acompanha,
Ou que eu acompanho.
As rachas e as luzes quebradas
A madeira que range e a madeira partida
Fazem parte da minha embarcação
Fazem parte de todos os que nela vêm.
O bonito está no novo
O belo está no velho
O meu barco tem de tudo,
O meu barco é a memória
É Deus
És tu
É(s) tudo.
Não é fácil navegar mas
É fácil continuar,
Quando o meu Mundo é (de) Deus e
Me encanta e deslumbra a navegação,
Quando o meu destino é logo ali
Está(s) tão longe mas tão aqui.